quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

SOU NORDESTINA

Sou do norte, claro, sou nordestina/ Sou da terra, não sou minhoca/ Tenho a pele sanfonada, enrugada.../ Tenho os pés no chão, tenho calo nas mãos/ Tenho o pasto pela frente / O arame a me cercar/ Tenho a terra para cultivar, o gado para pastar; um Deus a me proteger; uma dívida a pagar; uma encomenda a chegar; um nome a zelar; um progresso a não chegar.../ Mais um filho pra criar! / Àgua a faltar/ Santo Deus, como será!?/ Esqueletos de gados a se espalhar/ Tanta coisa a pensar/ A cabeça a girar/ Outra conta pra pagar/ Nossa! outro filho pra criar/ Chega!/ Agora vou rezar.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

SOU HOMEM

Chorei, sou homem./ Amei, sou homem./ Sofri, sou homem./ Perdi, sou homem./ Descabelei, sou homem./ Disputei, sou homem./ Questionei, sou homem./ Lastimei, sou homem./ Transei, sou homem./ Gerei, sou homem./ Nasceu, um homem./ Criei, sou o pai.

sábado, 8 de dezembro de 2007

A MORTE DE UMA DAMA

A morte de uma dama/ À beira da estrada/ Não sei se foi injustiçada./ A morte de uma dama/ Desperta a curiosidade/ De quem não tem saudade./ A morte de uma dama/ jogada ao chão/ Por quem não tem compaixão./ A morte de uma dama/ Me deixa apavorada/ Com seus olhos esbugalhados./ A morte de uma dama/ Me deixa assustada/ Com excessos de balas./ A morte de uma dama/ Em plena segunda-feira/ Me deixa de bobeira./ A morte de uma dama/ Que anda de madrugada/ me deixa desconfiada./ A morte de uma dama/ Interrompe sua juventude/ de repente/ Devido a sua atitude.